Ola!!! Sejam Bem Vindos.

Para alguns, Economia e Finanças assustam um pouco, mais parecem grego, de grego mesmo só o nome do Blog. Este Blog pretende contribuir para a desmistificação de tão vasto e importante tema. Divirtam-se e continuem a conquistar o conhecimento.

Sucesso sempre.




domingo, 27 de fevereiro de 2011

Uma questão de negociação. KKKK

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Uma moça escreveu um email para uma revista financeira pedindo dicas sobre "Como arrumar um marido rico". Contudo, e mais inacreditável é que o "pedido" da moça, foi à disposição de um rapaz que, muito inspirado, respondeu à mensagem, de forma muito bem fundamentada. Sensacional!!

Leiam...

Mensagem/email da MOÇA:

Sou uma garota linda (maravilhosamente linda, diga-se de passagem) de 25 anos. Sou bem articulada e tenho classe. Estou querendo me casar com alguém que ganhe no mínimo meio milhão de dólares por ano. Tem algum homem que ganhe 500 mil ou mais neste site? Ou alguma mulher casada com alguém que ganhe isso e que possa me dar algumas dicas? Já namorei homens que ganham por volta de 200 a 250 mil, mas não consigo passar disso. E 250 mil por ano não vão me fazer morar em Central Park West. Conheço uma mulher (da minha aula de ioga) que casou com um banqueiro e vive em Tribeca! E ela não é tão bonita quanto eu, nem é inteligente. Então, o que ela fez que eu não fiz? Qual a estratégia correta? Como eu chego ao nível dela?" (Rafaela S.)

Mensagem/resposta do RAPAZ:

Li sua consulta com grande interesse, pensei cuidadosamente no seu caso e fiz uma análise da situação. Primeiramente, eu ganho mais de 500 mil por ano. Portanto, não estou tomando o seu tempo à toa... Isto posto, considero os fatos da seguinte forma:
Visto da perspectiva de um homem como eu (que tenho os requisitos que você procura), o que você oferece é simplesmente um péssimo negócio. Eis o porque: deixando as firulas de lado, o que você sugere é uma negociação simples, proposta clara, sem entrelinhas: Você entra com sua beleza física e eu entro com o meu dinheiro. Mas tem um problema. Com toda certeza, com o tempo a sua beleza vai diminuir e um dia acabar, ao contrário do meu dinheiro que, com o tempo, continuará aumentando. Assim, em termos econômicos, você é um ativo sofrendo depreciação e eu um ativo rendendo dividendos. E você não somente sofre depreciação, mas sofre uma depreciação progressiva, ou seja, sempre aumenta! Explicando, você tem 25 anos hoje e deve continuar linda pelos próximos 5 ou 10 anos, mas sempre um pouco menos a cada ano. E no futuro, quando você se comparar com uma foto de hoje, verá que virou um caco. Isto é, hoje você está em 'alta', na época ideal de ser vendida, mas não de ser comprada. Usando o linguajar de Wall Street , quem a tiver hoje deve mantê-la como 'trading position' (posição para comercializar) e não como 'buy and hold' (compre e retenha), que é para o quê você se oferece... Portanto, ainda em termos comerciais, casar (que é um 'buy and hold') com você não é um bom negócio a médio/longo prazo! Mas alugá-la, sim! Assim, em termos sociais, um negócio razoável a se cogitar é namorar. Cogitar... Mas, já cogitando, e para certificar-me do quão 'articulada, com classe e maravilhosamente linda' seja você, eu, na condição de provável futuro locatário dessa 'máquina', quero tão somente o que é de praxe: fazer um 'test drive' antes de fechar o negócio... podemos marcar?"

OBS.: Não é a toa que o cara ganha mais de $500.000 por ano !

Piada Econômica . KKKKK, Rsrsrs, etc

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Isso que é - Sistema Econômico Simples.  kkk

Um viajante chega numa cidade e entra num pequeno hotel.

O mesmo saca duas notas de R$ 100,00, põe no balcão e pede para ver um quarto.

Enquanto o viajante inspeciona os quartos, o gerente do hotel sai correndo com as duas notas de $ 100,00 e vai até o açougue pagar suas dívidas com o açougueiro.

Este, pega as duas notas e vai até um criador de suínos a quem deve e paga tudo.

O criador, por sua vez, pega também as duas notas e corre ao veterinário para liquidar sua dívida.

O veterinário, com a duas notas em mãos, vai até a Zona de Meretrício pagar o que devia a uma prostituta (em tempos de crise essa classe também trabalha à crédito).

A prostituta sai com o dinheiro em direção ao hotel, lugar onde, as vezes, levava seus clientes e que ultimamente não havia pago pelas acomodações, avisa ao gerente que está pagando a conta, e coloca as notas em cima do balcão.

Nesse momento, o gringo retorna dos quartos, pega as duas notas de volta, agradece e diz não ser o que esperava e sai do hotel e da cidade.

Ninguém ganhou nenhum vintém, porém agora toda a cidade vive sem dívidas e com o crédito restaurado, e começa a ver o futuro com confiança!



Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Ciências Econômicas - Resolução nº 04

RESOLUÇÃO Nº 04, de 13 de julho de 2007. Câmara de Educação Superior. Conselho Nacional de Educação. Ministério da Educação.

Institui as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Ciências Econômicas, bacharelado, e dá outras providências.

O Presidente da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação, no uso de suas atribuições legais, com fundamento no art. 9º, § 2º, alínea "c", da Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961, com a redação dada pela Lei nº 9.131, de 24 de novembro de 1995, tendo em vista as diretrizes e os princípios fixados pelos Pareceres CNE/CES nos 776/97 e 583/2001, e

considerando o que consta dos Pareceres CNE/CES nº 67/2003, e nº 54/2004, reconsiderado pelo Parecer CNE/CES nº 380/2005, e alterado pelo Parecer CNE/CES nº 95/2007, homologados por Despachos do Senhor Ministro de Estado da Educação, publicados no DOU, respectivamente, em 2/6/2003, 1º/3/2006 e 9/7/2007, resolve:

Art. 1º A presente Resolução institui as Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Ciências Econômicas, bacharelado, a serem observadas pelas Instituições de Educação Superior em sua organização curricular.

Art. 2º A organização do Curso de Graduação em Ciências Econômicas, observadas as Diretrizes Curriculares Nacionais e os Pareceres desta Câmara, indicará claramente os componentes curriculares, abrangendo o perfil do formando, as competências e habilidades, os conteúdos curriculares e a duração do curso, o regime de oferta, as atividades complementares, o sistema de avaliação, o estágio curricular supervisionado, em caráter opcional e o Trabalho de Curso, como componente obrigatório da Instituição, sem prejuízo de outros aspectos que tornem consistente o Projeto Pedagógico.

§ 1º O Projeto Pedagógico do Curso de Graduação em Ciências Econômicas, com suas peculiaridades, seu currículo pleno e sua operacionalização, abrangerá, sem prejuízo de outros, os seguintes elementos estruturais:

I - concepção e objetivos gerais do curso, contextualizados em relação às suas inserções institucional, política, geográfica e social;

II - condições objetivas de oferta e a vocação do curso;

III - cargas horárias das atividades didáticas e da integralização do curso;

IV - formas de realização da interdisciplinaridade;

V - modos de integração entre teoria e prática;

VI - formas de avaliação do ensino e da aprendizagem;

VII - modos da integração entre graduação e pós-graduação, quando houver;

VIII - incentivo à pesquisa, como necessário prolongamento da atividade de ensino e como instrumento para a iniciação científica;

IX - regulamentação das atividades relacionadas com trabalho de curso, como componente obrigatório a ser realizado sob a supervisão docente;

X - concepção e composição das atividades de estágio curricular supervisionado opcional, contendo suas diferentes formas e condições de realização, observado o respectivo regulamento; e

XI - concepção e composição das atividades complementares.

§ 2° Com base no princípio de educação continuada, as IES poderão incluir no Projeto Pedagógico do curso o oferecimento de cursos de pós-graduação lato sensu, nas respectivas modalidades, de acordo com o surgimento de novos ramos econômicos, e de aperfeiçoamento, de acordo com as efetivas demandas do desempenho profissional.

§ 3º Na elaboração do Projeto Pedagógico do Curso de Graduação em Ciências Econômicas deverão ser observadas as seguintes exigências:

I - comprometimento com o estudo da realidade brasileira, sem prejuízo de uma sólida formação teórica, histórica e instrumental;

II - pluralismo metodológico, em coerência com o caráter plural das ciências econômicas formadas por correntes de pensamento e paradigmas diversos;

III - ênfase nas inter-relações dos fenômenos econômicos com o todo social em que se insere; e

IV - ênfase na formação de atitudes, do senso ético para o exercício profissional e para a responsabilidade social, indispensável ao exercício futuro da profissão.

Art. 3º O curso de graduação em Ciências Econômicas deve ensejar, como perfil desejado do formando, capacitação e aptidão para compreender as questões científicas, técnicas, sociais e políticas relacionadas com a economia, revelando assimilação e domínio de novas informações, flexibilidade intelectual e adaptabilidade, bem como sólida consciência social indispensável ao enfrentamento de situações e transformações político-econômicas e sociais, contextualizadas, na sociedade brasileira e no conjunto das funções econômicas mundiais.

Parágrafo único. O Bacharel em Ciências Econômicas deve apresentar um perfil centrado em sólida formação geral e com domínio técnico dos estudos relacionados com a formação teórico-quantitativa e teórico-prática, peculiares ao curso, além da visão histórica do pensamento econômico aplicado à realidade brasileira e ao contexto mundial, exigidos os seguintes pressupostos:

I - uma base cultural ampla, que possibilite o entendimento das questões econômicas no seu contexto histórico-social;

II - capacidade de tomada de decisões e de resolução de problemas numa realidade diversificada e em constante transformação;

III - capacidade analítica, visão crítica e competência para adquirir novos conhecimentos; e

IV - domínio das habilidades relativas à efetiva comunicação e expressão oral e escrita.

Art. 4º Os cursos de graduação em Ciências Econômicas devem possibilitar a formação profissional que revele, pelo menos, as seguintes competências e habilidades:

I - desenvolver raciocínios logicamente consistentes;

II - ler e compreender textos econômicos;

III - elaborar pareceres, relatórios, trabalhos e textos na área

econômica;

IV - utilizar adequadamente conceitos teóricos fundamentais da ciência econômica;

V - utilizar o instrumental econômico para analisar situações históricas concretas;

VI - utilizar formulações matemáticas e estatísticas na análise dos fenômenos socioeconômicos; e

VII - diferenciar correntes teóricas a partir de distintas políticas econômicas.

Art. 5º Os cursos de graduação em Ciências Econômicas deverão contemplar, em seus projetos pedagógicos e em sua organização curricular, conteúdos que revelem inter-relações com a realidade nacional e internacional, segundo uma perspectiva histórica e contextualizada dos diferentes fenômenos relacionados com a economia, utilizando tecnologias inovadoras, e que atendam aos seguintes campos interligados de formação:

I - Conteúdos de Formação Geral, que têm por objetivo introduzir o aluno ao conhecimento da ciência econômica e de outras ciências sociais, abrangendo também aspectos da filosofia e da ética (geral e profissional), da sociologia, da ciência política e dos estudos básicos e propedêuticos da administração, do direito, da contabilidade, da matemática e da estatística econômica;

II - Conteúdos de Formação Teórico-Quantitativa, que se direcionam à formação profissional propriamente dita, englobando tópicos de estudos mais avançados da matemática, da estatística, da econometria, da contabilidade social, da macroeconomia, da microeconomia, da economia internacional, da economia política, da economia do setor público, da economia monetária e do desenvolvimento socioeconômico;

III - Conteúdos de Formação Histórica, que possibilitem ao aluno construir uma base cultural indispensável à expressão de um posicionamento reflexivo, crítico e comparativo, englobando a história do pensamento econômico, a história econômica geral, a formação econômica do Brasil e a economia brasileira contemporânea; e

IV - Conteúdos Teórico-Práticos, abordando questões práticas necessárias à preparação do graduando, compatíveis com o perfil desejado do formando, incluindo atividades complementares, Monografia, técnicas de pesquisa em economia e, se for o caso, estágio curricular supervisionado.

Parágrafo único. Para os conteúdos de Formação Geral, de Formação Teórico-Quantitativa, de Formação Histórica e Trabalho de Curso deverá ser assegurado, no mínimo, o percentual de 50% da carga horária total do curso, a ser distribuído da seguinte forma:

- 10% da carga horária total do curso aos conteúdos de Formação Geral, referentes ao inciso I supra;

- 20% da carga horária total do curso aos conteúdos de Formação Teórico-Quantitativa, referentes ao inciso II supra;

- 10% da carga horária total do curso aos conteúdos de Formação Histórica, referentes ao inciso III supra;

- 10% da carga horária total do curso envolvendo atividades acadêmicas de formação em Metodologia e Técnicas da Pesquisa em Economia e Trabalho de Curso.

Todas as unidades de estudos listadas nos incisos I, II e III acima, correspondentes à formação básica do Economista, deverão constar nos currículos e projetos pedagógicos. Assim fica garantida às Instituições de Educação Superior liberdade para utilizar os outros 50% da carga horária dos cursos segundo seus projetos pedagógicos, paradigmas teóricos preferenciais e peculiaridades regionais.

Art. 6º A organização curricular do curso de graduação em Ciências Econômicas estabelecerá expressamente as condições para a sua efetiva conclusão e integralização curriculares, de acordo com os seguintes regimes acadêmicos que as Instituições de Educação Superior adotarem: regime seriado anual; regime seriado semestral; sistema de créditos com matrícula por disciplina ou por módulos acadêmicos, observada a pré-requisitação que vier a ser estabelecida no currículo, atendido o disposto nesta Resolução.

Art. 7º O Estágio Supervisionado é um componente curricular opcional da Instituição, direcionado à consolidação dos desempenhos profissionais desejados, inerentes ao perfil do formando, devendo a Instituição que o adotar, submeter o correspondente regulamento com suas diferentes modalidades de operacionalização, à aprovação de seus colegiados superiores acadêmicos.

§ 1º O Estágio de que trata este artigo poderá ser realizado na própria Instituição, mediante laboratórios que congreguem as diversas ordens práticas, correspondentes aos diferentes pensamentos econômicos, modelos e propostas, estruturados e operacionalizados de acordo com regulamentação própria prevista no caput deste artigo.

§ 2º As atividades do Estágio Supervisionado deverão ser reprogramadas e reorientadas de acordo com os resultados teóricopráticos gradualmente revelados pelo aluno, até que os responsáveis pelo estágio curricular possam considerá-lo concluído, resguardando, como padrão de qualidade, os domínios indispensáveis ao exercício da profissão.

Art. 8º As Atividades Complementares são componentes curriculares que possibilitam o reconhecimento, por avaliação, de habilidades, conhecimentos, competências e atitudes do aluno, inclusive adquiridas fora do ambiente escolar, abrangendo estudos e atividades independentes, transversais, opcionais, de interdisciplinaridade, especialmente nas relações com o mundo do trabalho, com os diferentes modelos econômicos emergentes no Brasil e no mundo e as ações de extensão junto à comunidade.

Parágrafo único. As atividades complementares se constituem componentes curriculares enriquecedores e implementadores do próprio perfil do formando, sem que se confundam com estágio curricular supervisionado.

Art. 9º As Instituições de Educação Superior deverão adotar formas específicas e alternativas de avaliação, internas e externas, sistemáticas, envolvendo todos quantos se contenham no processo do curso, centradas em aspectos considerados fundamentais para a identificação e consolidação do perfil do formando.

Parágrafo único. Os planos de ensino, a serem fornecidos aos alunos antes do início de cada período letivo, deverão conter, além dos conteúdos e das atividades, a metodologia do processo de ensino-aprendizagem e os critérios de avaliação a que serão submetidos e a bibliografia básica.

Art. 10. O Trabalho de Curso deve ser entendido como um componente curricular obrigatório da Instituição a ser realizado sob a supervisão docente.

Parágrafo único. O Trabalho de Curso, referido no caput, deverá compreender o ensino de Metodologia e Técnicas de Pesquisa em Economia e será realizado sob supervisão docente. Pode envolver projetos de atividades centrados em determinada área teórico-prática ou de formação profissional do curso, que reúna e consolide as experiências em atividades complementares, em consonância com os conteúdos teóricos estudados. É desejável que tenha o formato final de uma Monografia, obedecendo às normas técnicas vigentes para efeito de publicação de trabalhos científicos, que verse sobre questões objetivas, baseando-se em bibliografia e dados secundários de fácil acesso.

Art. 11. A carga horária dos cursos de graduação será estabelecida em Resolução da Câmara de Educação Superior.

Art.12. As Diretrizes Curriculares Nacionais desta Resolução deverão ser implantadas pelas Instituições de Educação Superior, obrigatoriamente, no prazo máximo de dois anos, aos alunos ingressantes, a partir da publicação desta.

Parágrafo único. As IES poderão optar pela aplicação das DCN aos demais alunos do período ou ano subseqüente à publicação desta.

Art. 13. Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação, ficando revogada a Resolução CNE/CES nº 7, de 29 de março de 2006.

ANTÔNIO CARLOS CARUSO RONCA

(Transcrição)

(DOU de 16/07/2007 - Seção I - p. 22)



O Cenário Econômico e a Gestão Empresarial


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O Cenário Econômico e a Gestão Empresarial

Por Jose Carlos Panegalli
25/02/2010.

As empresas não podem permitir-se ignorar os acontecimentos do mundo exterior.

A interdependência das empresas entre si e destas com o Estado e com a economia internacional, é patente. A sobrevivência empresarial depende, em grande parte, do conhecimento dos fatos atuais e da previsão dos acontecimentos futuros, tanto no plano nacional quanto no internacional.

Esta é uma condição de trabalho inerente ao próprio estágio de desenvolvimento pelo qual está passando o Brasil. Em princípio, é uma fase de constantes ajustes e reajustes, pois qualquer trabalho atual constitui apenas um teste para o futuro, cujo alvo é a meta do desenvolvimento global. O cenário econômico e financeiro nacional repercute sempre, direta ou indiretamente, sobre as atividades da empresa.

O administrador empresarial, para gerir bem os negócios e agir nas oportunidades de mercado, deve estar atendo às questões como: expansão econômica, efeitos da inflação, comportamento dos preços, renda per capita, política salarial e aumento de renda, custo de vida, especialização da mão-de-obra e progresso tecnológico. É fundamental ter também o domínio e conhecimento sobre o fluxo de recursos, tais como: fontes externas, empréstimos a juros, fontes internas, exportações e importações, balança comercial, déficits governamentais e aumentos de impostos, cujos fatores provocam mutações na economia.

Importante medir a temperatura econômica, acompanhando os principais índices econômicos, e para compreendermos a importância da economia na gestão das empresas, temos que entender o que seja: micro-economia - o estudo do comportamento dos mercados específicos e da alocação de recursos entre eles, e macroeconomia - o estudo dos eventos no âmbito de toda a economia, como inflação e deflação, prosperidade e recessão.

Os aspectos macroeconômicos:

Se a macroeconomia estuda a estrutura institucional do sistema financeiro e as políticas econômicas de que o governo federal dispõe para controlar satisfatoriamente o nível de atividade econômica dentro da Economia do país, temos também claro que a teoria e a política macroeconômica não conhecem limites geográficos, pois visam estabelecer uma estrutura internacional segundo a qual os recursos fluam livremente entre as instituições e nações, a atividade econômica seja estabilizada e o desemprego possa ser controlado.

Uma vez que a empresa deve operar no âmbito macroeconômico, é importante que o administrador esteja ciente de sua estrutura institucional, estando alerta para as conseqüências de diferentes níveis de atividade econômica e mudanças na política econômica que afetem seu próprio ambiente de decisão. Sem compreender o funcionamento do amplo ambiente econômico, o administrador não pode esperar obter sucesso para a empresa. Deve perceber as conseqüências de uma política monetária mais restritiva sobre a capacidade da empresa obter recursos e gerar receitas. Precisa conhecer as várias instituições que atuam na economia para poder avaliar os canais potenciais de investimento e financiamento dos seus negócios.

O processo de desenvolvimento econômico do país pode ser avaliado pelo índice agregado, ou seja, o Produto Nacional Bruto (PNB), que provém da produção líquida de todos os ramos de atividades do país, formando um valor global, que pode ser comparado com diferentes níveis de produção, em termos monetários, ao longo dos anos, sendo este indicador uma referência que permite relacionar o ramo de atividade e/ou o da empresa, estabelecendo-se um parâmetro quanto ao comportamento crescente ou decrescente, tempestivamente.

O crescimento do PNB sintetiza a evolução da produtividade de uma economia, cujas flutuações, determinam o progresso obtido ou a regressão sofrida pelo país, sendo tudo isso, resultante da ação empresa nacional.

Os efeitos da inflação, por exemplo, sobre a vida empresarial, além de afetar, em certo grau, as relações entre empregados e empregadores é mais acentuado nos assuntos que envolvem: custos industriais, despesas com serviços e gerais, encargos financeiros, reposição de bens, renovação tecnológica e, planos de expansão a longo-prazo, métodos de gestão, reajustes salariais, etc.. Estes efeitos devem ser imediatamente processados e compreendidos no processo decisório da empresa, exigindo as adequações para a sobrevivência.

Os aspectos microeconômicos:

A micro-economia trata da determinação de estratégias operacionais ótimas para empresas ou indivíduos e as suas teorias fornecem a base para a operação eficiente da empresa. Os conceitos envolvidos nas relações de oferta e demanda, as estratégias de maximização do lucro são extraídos da teoria microeconômica. Questões relativas à composição de fatores produtivos, níveis ótimos de vendas e estratégias de determinação de preço do produto, a mensuração de preferência através do conceito de utilidade, risco e determinação de valor, as razões para depreciar ativos e a análise marginal são todas fundamentadas por teorias no nível microeconômico.

A globalização:

A sabedoria convencional nos ensina que os países não mais dispõem do poder absoluto de controlar o seu próprio destino; os governos estão à mercê dos mercados internacionais. O comércio mundial cresceu num ritmo mais acelerado que a produção, e agora o capital internacional se movimenta a uma velocidade sem precedentes, porém, o comércio internacional não é a fonte dos principais problemas dos países. Efeitos da competição internacional, decorrentes da globalização, está muito ligada à produtividade das empresas, à qualidade dos produtos, aos custos e aos serviços agregados nessas relações comerciais internacionais. O superávit comercial é importante para país, mas nem sempre representa força, pois depende do tipo de produto que é exportado, se de valor agregado ou não, e da importância das importações para o desenvolvimento interno.

Conclusão:

Atualizam-se os cenários econômicos nacionais e internacionais, surgem novas tecnologias, evoluem os sistemas de comunicação, instalam-se comunidades econômicas e blocos econômicos, e as empresas, dentro destes ambientes, ajustando-se para a sobrevivência. No Brasil, principalmente nesta última década, as empresas passaram por fusões, aquisições, incorporações, privatizações, com grande presença de capital estrangeiro, provocando mudanças significativas na gestão empresarial, forçadas pelos fatos econômicos. A globalização e a competitividade passaram a exigir das empresas novas posturas com relação à produtividade e qualidade dos seus produtos e serviços.

É certo, hoje, os administradores brasileiros estão mais atentos às questões macroeconômicas e, centrados na solução dos problemas internos, aqueles tidos como microeconômicos, de olho no que estão fazendo as empresas lá fora, para que, na continuidade, o Brasil possa estar entre os países mais importantes da economia mundial.

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Prof. José Carlos Panegalli, Empresário, Assessor Empresarial, Contador CRC 7473 e Administrador CRA 571

A Crise Atual em uma Perspectiva Histórica: 1929 e 2008


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A Crise Atual em uma Perspectiva Histórica: 1929 e 2008

Frederico Mazzucchelli

A profundidade da crise que assola parte significativa do sistema financeiro mundial terá, certamente, impacto sobre a evolução dos agregados econômicos reais (produção, investimento, emprego etc.). Já se torna evidente que a economia mundial ingressou em uma fase de desaceleração ou recessão, cujo desfecho é ainda desconhecido. É inevitável, neste contexto, que surjam comparações entre o momento atual e a experiência dramática da Grande Depressão, que subverteu o mundo, sobretudo entre 1929 e 1933.

Seguramente, o peso da riqueza financeira em relação ao produto, a sofisticação (e opacidade) das operações financeiras e a interligação entre os vários segmentos dos mercados em escala global, são hoje infinitamente maiores do que no final dos anos 1920s. A dimensão recente alcançada pela riqueza financeira (quase quatro vezes superior ao PIB mundial) e a escala real ou nocional das perdas incorridas sugerem que estamos diante de um processo monumental de desvalorização de ativos, muitas vezes superior ao que se assistiu há quase 80 anos. A conclusão que daí poderia advir é que o curso dos acontecimentos será, em conseqüência, mais dramático e doloroso do que em 1929-1933.

Felizmente, tal conclusão não se sustenta. É necessário assinalar, em primeiro lugar, que face à eclosão da crise, a intervenção dos governos foi imediata. O credo liberal e a panacéia dos mercados “eficientes” ou “auto-regulados” foram sumariamente abandonados e o Estado assumiu, com maior (Inglaterra) ou menor (EUA) grau de acerto, a responsabilidade pela defesa das instituições financeiras, pela provisão da liquidez, pela garantia integral dos depósitos, e pela tentativa de evitar a todo custo o aprofundamento da contração do crédito. Sem a pronta e contínua injeção dos recursos públicos o colapso teria sido total. A ação dos governos, tipicamente keynesiana, tem sido a de buscar a restauração do circuito do crédito-gasto-renda, nem que para tanto seja necessário estatizar (ainda que parcial e temporariamente) parcela significativa do sistema financeiro.

Uma intervenção vigorosa, como a que assistimos no presente momento, seria impensável em 1929. Não se deve esquecer que o conventional wisdom nos anos 1920s era determinado pelas regras do padrão-ouro. Em particular, as ações expansionistas (sobretudo fiscais) eram vistas com suspeição por alimentar a inflação e precipitar, dessa forma, a desvalorização cambial. Câmbio fixo e orçamentos equilibrados conformavam uma unidade indissociável. A defesa do câmbio era o objetivo supremo, que condicionava a política monetária e, na prática, anulava a política fiscal. Os EUA retornaram ao padrão-ouro em 1919, a Alemanha em 1923, a Inglaterra em 1925 e a França, de fato, em 1926. Quando da eclosão da turbulência de 1929, Hoover em nenhum momento cogitou abandonar o padrão-ouro. Brüning (que comandou o gabinete alemão a partir de março de 1930) procurou combater a recessão com a deflação. A França, desde o Franc Poincaré, cultivou sua devoção ao ouro até setembro de 1936 e, da mesma forma, insistiu na tentativa de impor a deflação como remédio para a depressão. Mesmo após a desvalorização da libra em setembro de 1931, a Inglaterra, apesar de praticar uma política de cheap money, permaneceu circunscrita a uma política fiscal conservadora. Nem mesmo Roosevelt conseguiu se desvencilhar do dogma dos orçamentos equilibrados: em 1937, sua tentativa de “sanear” as finanças públicas redundou na “recessão na depressão” de 1938. Unicamente Hitler, desde 1933, praticou uma política deliberada de expansão dos gastos públicos. O outrora austero Hjalmar Schacht, que entre 1923 e 1930 foi o zeloso guardião da moeda alemã, garantiu sua recondução ao posto em 1933 apenas mediante o compromisso explícito, assumido com o Führer, de envolver diretamente o Reischbank no financiamento dos gastos do governo.

A verdade, assim, é que com a exceção do experimento nazista, corações e mentes – à direita e à esquerda – professavam naquele então sua crença mítica nas virtudes das sound finances. Seria impensável, em 1930 ou 1931, que um economista escrevesse, poucos dias após ser laureado com o Prêmio Nobel, que face à extensão da crise “não é hora de pensar no déficit” (Paul Krugman). Ao contrário da experiência traumática da Grande Depressão, a disposição à intervenção estatal é hoje, portanto, um elemento determinante que diferencia nitidamente as iniciativas da política econômica. Este é um fator decisivo que projeta um futuro menos sombrio para a evolução da crise atual.

Existe, de outra parte, uma clara semelhança em relação à origem dos distúrbios que resultaram na Grande Depressão e os que estão por detrás da presente convulsão. Em ambos os casos a débâcle foi precedida pela fragilidade da regulação e pelo relaxamento na percepção dos riscos, o que redundou em uma febre especulativa de conseqüências desastrosas. A inevitável proliferação de operações financeiras de lastro duvidoso, alavancadas pela expansão desmesurada do crédito, é um traço comum dos dois momentos históricos. Em finais dos 1920s e início dos 1930s, era ainda limitado o grau de regulação e controle exercido pela Autoridade Monetária sobre o conjunto do sistema financeiro. No caso dos EUA – o epicentro do terremoto de 1929-1933 – era destacada a proliferação de bancos de pequeno e médio porte, muitos deles fora da área de supervisão do Fed. Ao mesmo tempo, a inexistência de um “muro de contenção” entre os bancos comerciais e os bancos de investimento permitiu que os primeiros se envolvessem em operações de alto risco, comprometendo de modo temerário os recursos dos depositantes.

As respostas iniciais à crise de 1929 (ao contrário das intervenções atuais) foram completamente insuficientes e desastradas: as ações de lender of last resort, do mesmo modo que as iniciativas no plano fiscal, eram incompatíveis com os mandamentos sagrados do padrão-ouro. O resultado foi a propagação das quebras, a contração da produção e a explosão do desemprego. Entre 1930 e 1933 os EUA assistiram a três ondas de liquidação bancária que vitimaram nada menos que 11.000 bancos. Na Alemanha, a quebra do gigante Danat em julho de 1931, face à impotência da intervenção do Reischbank, foi um ponto de inflexão decisivo no aprofundamento do desespero econômico que terminou por conduzir os nazistas ao poder.

Tanto nos EUA como na Alemanha a superação dos desdobramentos mais profundos da crise passou pela imposição de critérios de regulação mais rígidos sobre o sistema financeiro. Se Roosevelt, empossado em março de 1933, alcançou um sucesso inegável em quebrar a espiral contracionista foi porque, desde o início, promoveu o saneamento do setor bancário, e estabeleceu, na seqüência, as bases da regulamentação do sistema financeiro através de um conjunto de dispositivos legais criados entre 1933 e 1935. Hitler e Schacht, de sua parte, converteram o sistema financeiro alemão em um braço operacional do Reischbank. Nos dois casos, a disciplina sobre as finanças privadas foi essencial para que as economias se levantassem dos escombros da depressão.

Da mesma forma, a superação da atual crise deverá contemplar a implantação de um novo marco de regulação para o sistema financeiro. Como se sabe, foi nos anos 1970s e 1980s que o aparato regulatório da Golden Age (a chamada “repressão financeira”) foi desmontado, em nome da imaginada eficiência das “finanças comandadas pelo mercado”. Hoje, face ao descalabro e descontrole das operações financeiras que redundaram na atual crise, não há mais quem negue a necessidade imperiosa de reintroduzir padrões mais rígidos e rigorosos que disciplinem o funcionamento do sistema financeiro em âmbito nacional e internacional. Em particular, a regulamentação sobre o shadow financial system (bancos de investimento, fundos de investimento, hedge funds, seguradoras), e a redefinição de suas relações com os bancos comerciais, é essencial para assegurar uma estabilidade mínima às economias capitalistas. A consciência de que é fundamental retomar a regulação sobre o mundo das finanças privadas é, assim, paralelamente, à pronta decisão de utilizar os recursos públicos para mitigar a propagação da crise, um fator essencial. É claro que a imposição de um novo marco regulatório para as finanças privadas não se dará em um piscar de olhos. Mas a percepção de sua urgência, ao mesmo tempo em que o Estado atua diretamente e sem ressalvas sobre a solvência do sistema financeiro, permite antever – passada a atual tormenta – um funcionamento menos turbulento e tempestuoso para o mundo das finanças.

É necessário, ademais, atentar para um dado importante. No início dos anos 1930s a coordenação internacional tornara-se uma quimera. Era absolutamente impossível compatibilizar as ações do New Deal com as propostas nazistas, e ambas com o grupo do ouro liderado pela França ou com a área da libra comandada Inglaterra. Nos anos 1930s a ordem internacional se estilhaçou e se formaram blocos de nações, com os países se envolvendo em ações essencialmente defensivas, o que redundou na escalada do protecionismo, nas desvalorizações competitivas e na busca de soluções autárquicas. A ausência de coordenação supranacional foi uma característica marcante dos anos 1930s. Ela ensejou a tentativa de saídas particularistas para a crise, acirrou a rivalidades nacionais e deu livre curso às alternativas autoritárias. Felizmente, não é este o quadro que hoje se apresenta. Mesmo diante das naturais dificuldades em se alcançar soluções consensuais, existe um interesse comum entre os EUA, a Europa, o Japão e a China em evitar a propagação da crise. Hoje, a ação coordenada (manifestada, por exemplo, na recente redução conjunta da taxa de juros) tende a ser mais plausível – e factível – que as soluções particulares e isoladas (beggar thy neighbor) típicas dos anos 1930s.

Existe, por fim, uma diferença significativa entre as atuais atribulações econômicas e o contexto da Grande Depressão, que não pode ser desprezada. No início dos anos 1930s, a proporção da população economicamente ativa empregada nas atividades agrícolas e extrativas era próxima a um quarto nos EUA, e a um terço na Alemanha. Com a depressão, dada a maior sensibilidade dos preços agrícolas às variações da demanda, a renda real da população empregada no campo despencou. No caso dos EUA, a contração da renda real dos agricultores, entre 1929 e 1932, foi superior a 50%, o que arrastou uma infinidade de bancos do Sul e do Meio Oeste à falência. Somente através de uma ação tempestiva de defesa e sustentação dos preços agrícolas é que a profundidade e a duração da depressão poderiam ser mitigadas. De fato, parcela relevante dos recursos públicos administrados pelo New Deal e pelos nazistas foi direcionada exatamente para a reversão do quadro devastador que se abateu sobre a agricultura. Hoje, esta questão sequer é colocada: nem a proporção da população empregada no campo é relevante, e nem a participação da agricultura na criação da renda tem uma expressão econômica digna de maiores preocupações. É provável, entretanto, que o mercado imobiliário de hoje seja a agricultura de ontem: a dimensão da crise do subprime todavia não é mensurável. É o próprio secretário do Tesouro norte-americano quem afirma: “o problema real é que os bancos de todo o mundo fizeram empréstimos arriscados. (…) A coisa mais espantosa é a dimensão do problema”. A cadeia de empréstimos “sujos” associados à especulação com imóveis ainda não foi desmontada, e é possível que o socorro da intervenção pública se torne aí tão intenso e prolongado quanto o foi para retirar a agricultura da vala da depressão nos anos 1930s.

As considerações anteriores indicam que não é previsível para a crise atual um desdobramento semelhante ao da Grande Depressão. Nada autoriza, contudo, uma perspectiva candidamente otimista. A extensão dos estragos é ainda desconhecida e o impacto sobre o setor produtivo seguramente será profundo. Apenas a decidida intervenção do Estado tem evitado um descalabro de maiores proporções. A necessidade de retomar a regulamentação sobre o sistema financeiro é reconhecida, mas sua implementação certamente será precedida por desacordos substanciais e demandará tempo para ser efetivada. Da mesma forma, apesar de o ambiente internacional favorecer a busca de soluções cooperadas, não se deve imaginar que elas sejam simples e isentas de contradições, em particular no que diz respeito ao papel dos EUA e do dólar no contexto mundial.

A crise atual representa, na verdade, uma derrota fragorosa do liberalismo irrefletido que contaminou os espíritos nos últimos 30 anos. A fé cega na capacidade de regulação dos mercados é um dogma que acompanha o capitalismo desde o seu nascimento. Desde a Fábula das Abelhas de Mandeville (“vícios privados, virtudes públicas”), até os modelos de expectativas racionais de última geração, o suposto é sempre o mesmo: os mercados possuem uma racionalidade imanente que garante o funcionamento ótimo da economia. O ambiente dos anos 1920s, sobretudo nos EUA, estava carregado desta convicção. Esta mesma convicção inundou a política, a academia e o mundo dos negócios a partir da guinada conservadora de Tatcher e Reagan. Os roaring twenties nos EUA culminaram com a Grande Depressão, e a euforia das finanças desregulamentadas culminou no desastre atual. A grande lição que resta destes dois episódios dramáticos é que, definitivamente, o capitalismo não pode ser deixado à mercê dos capitalistas…

A crise de 1929 e o Brasil


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A crise de 1929 e o Brasil

3 de janeiro de  2009

Do café à industrialização

Como a crise de 1929 afetou o Brasil e favoreceu a adoção de um modelo econômico centrado na substituição de importações e na intervenção estatal

José Fucs – Revista Época, janeiro de 2009

Fazia quase dois anos que ocorrera o crash na Bolsa de Valores de Nova York, em outubro de 1929. Mas os estragos provocados pela crise ainda eram sentidos em todo o planeta – e também no Brasil. Em junho de 1931, uma nuvem de fumaça gigantesca, que vinha de uma enorme fogueira, pairava sobre a cidade de Santos, no Litoral de São Paulo, por onde escoava boa parte das exportações do café brasileiro. Acesa durante as festas juninas, a fogueira duraria até o fim do ano – mas tinha pouco a ver com a comemoração de São João. Ela fora iniciada para queimar os estoques de café, então responsável por 70% das exportações brasileiras, que se acumularam com a retração do mercado externo. Enquanto o fogo durou, consumiu milhões de sacas. O aroma do café torrado era tão forte que ultrapassava as fronteiras municipais. Era contido apenas pelas encostas da Serra do Mar, que se estende pela costa paulista. O café era queimado a mando do governo de Getúlio Vargas para tentar reduzir o impacto negativo da crise no Brasil, então responsável por 60% das vendas mundiais do produto. Vargas assumira o poder um ano antes, por meio de um movimento militar que se tornou conhecido como Revolução de 1930. A economia balançava. As exportações, que atingiram US$ 445 milhões em 1929, caíram para US$ 180 milhões em 1930. Segundo a Bolsa de Café de Santos, a cotação da saca no mercado internacional – 200 mil-réis em agosto de 1929 – caíra quase 90%, para 21 mil-réis, em janeiro de 1930. Nas fazendas cafeicultoras, concentradas no interior paulista e no Paraná, muitos resolveram seguir o mesmo caminho e queimaram o café colhido.

Todos os elos envolvidos na cadeia de produção do café brasileiro – fazendeiros,comerciantes, banqueiros e trabalhadores rurais (a maior parte imigrantes) – foram atingidos pela crise. Muitos produtores foram à bancarrota. O desemprego no campo se multiplicou, estimulando um movimento migratório para as cidades, em especial para São Paulo. Como se veria depois, o que acontecia naquele momento era apenas o início de um profundo processo de mudanças que se prolongaria até o fim dos anos 30, às vésperas da Segunda Guerra Mundial. Essas transformações marcariam para sempre a economia nacional e internacional. Dos escombros da economia do café, surgiria um novo modelo econômico, que se manteria praticamente o mesmo até quase os dias de hoje. Em 2009, o crash de 29 completará 80 anos coincidentemente, no momento em que parece haver uma crise global de proporções comparáveis, com desaceleração na atividade econômica e alta no desemprego. Embora os contextos das duas crises sejam bem diferentes, a história da crise de 29, em particular seus desdobramentos no Brasil, pode trazer lições preciosas sobre as medidas que ainda fazem sentido – e as que não fazem – para reduzir o impacto do encolhimento global no país.

Naquela época, o Brasil passou por um grave problema cambial. De acordo com o historiador Caio Prado Júnior (1907-1990), autor de História econômica do Brasil, publicado pela primeira vez em 1945, a queda nas exportações, provocada pela crise, gerou um desequilíbrio na balança comercial brasileira. Sem uma indústria sólida, o Brasil exportava apenas café e outros produtos agrícolas, como algodão, cacau e borracha. Como não eram produtos essenciais para o consumidor – portanto, suas compras poderiam ser interrompidas a qualquer hora -, dizia-se que o país tinha uma “economia de sobremesa”. A moeda forte obtida com essas exportações servia para pagar as importações de boa parte dos produtos industrializados consumidos pelos brasileiros. O aprofundamento da crise, porém, provocou a redução da demanda externa e a queda dos preços internacionais do café. Com isso, o déficit comercial do país cresceu rapidamente.

A crise também causou a interrupção do fluxo regular de capital estrangeiro para o Brasil. O dinheiro externo alimentava a economia brasileira desde os tempos do Império, e seu ingresso se intensificara entre a Proclamação da República, em 1889, e a posse de Vargas, em 1930 – período da história conhecido como República Velha. A falta do dinheiro externo agravou ainda mais o déficit cambial brasileiro. A moeda nacional se desvalorizava rapidamente. O valor da libra esterlina, então a moeda mais usada no mundo, passou de 40 mil-réis, em 1929, para quase 60 mil-réis, em 1934. Com as exportações em queda e sem financiamento externo, o governo aumentou de forma brutal a emissão de moeda – e isso provocou alta da inflação.

Para preservar as poucas reservas em moeda forte que o Brasil tinha em caixa, o governo Vargas impôs um rígido controle sobre o câmbio e passou a administrar com rigor as remessas de lucro por empresas estrangeiras. Faltava moeda forte para pagar as importações, essenciais ao atendimento da demanda interna e ao desenvolvimento do país. Houve uma acentuada queda na compra de produtos do exterior, também desestimulada pela desvalorização da moeda brasileira. As importações, que registraram uma média de 5,4 milhões de toneladas de 1926 a 1930, caíram para 3,8 milhões entre 1931 e 1935, segundo Prado Júnior. Na tentativa desesperada de compensar os cafeicultores, o governo Vargas aumentou as compras dos excedentes de café durante praticamente toda a década de 30, segundo afirma o brasilianista Thomas Skidmore, no clássico Brasil: de Getúlio a Castelo, lançado em 1975. Para Skidmore, mesmo com os esforços do governo e a adoção de uma política de “socialização dos prejuízos” dos cafeicultores, era impossível deter o declínio das receitas cambiais brasileiras. (Só recentemente, pela primeira vez na História, o país conseguiu superar o problema crônico de falta de divisas, com a explosão das exportações brasileiras e o acúmulo de US$ 200 bilhões em reservas cambiais.) Nem a queima dos excedentes de café foi suficiente para amenizar o problema. Skidmore afirma que, apesar da queda nas importações, o déficit nas contas externas se aprofundou ainda mais e obrigou o Brasil a suspender os pagamentos da dívida externa em 1938 e 1939. Tal medida voltaria a ser adotada em 1987, meio século depois, nos tempos do Plano Cruzado, implementado no governo do presidente José Sarney. Apesar do impacto que a crise de 29 teve na economia brasileira, muitos acadêmicos acreditam que não foi ela o fator fundamental para deflagrar o movimento armado que depôs o presidente Washington Luiz, em 1930. O historiador Boris Fausto, autor de Revolução de30-a historiografia e a história, afirma que a crise teve “pouco efeito” nos primeiros meses daquele ano no Brasil. Segundo ele, os principais fatores que conduziram à Revolução de 30 tinham relação com a política interna. Principalmente com a ruptura do acordo do “café com leite”, uma espécie de pacto informal entre os Estados de São Paulo e Minas Gerais para se revezar na Presidência. Na visão de Fausto, a crise foi provocada pela insistência de Washington Luiz em lançar um candidato paulista para sua.sucessão nas eleições de março de 1930.

Fausto diz que a derrota de Vargas, o candidato oposicionista apoiado por Minas Gerais, gerou descontentamento em setores da sociedade. Logo em seguida, com o assassinato de João Pessoa, o oposicionista que governava a Paraíba, o clima desfavorável se acentuou. Acusava-se o governo federal de ter patrocinado o crime por motivação política. Hoje, sabe-se que o assassinato de Pessoa foi um crime passional, que nada tinha a ver com política. Mas o episódio serviu como combustível para os “revolucionários” conduzirem Vargas ao poder. “O grande impacto da crise no país viria depois da Revolução de 30″, afirma Fausto.

A economia cafeeira já perdia forças desde antes da crise. Com a ampliação da área de plantio e a superprodução constante, os preços do café estavam em queda há anos. O governo tentava manter a roda girando com a compra dos excedentes – uma estratégia criticada asperamente pelos seguidores da política liberal do “laissez-faire” na economia. Para eles, a tentativa de manipular o preço do café teria efeito efêmero e seria contraproducente no longo prazo. O governo, no entanto, não dava ouvidos à oposição. “Era uma situação paradoxal: o Brasil exportava produtos primários e importava produtos manufaturados, como sugeriam os princípios do liberalismo econômico”, diz o brasilianista Skidmqre. “Mas tentava, também, aumentar ao máximo sua vantagem relativa por meio de controles de mercado e da intervenção estatal num setor vital da economia.”

Como se tudo isso não fosse suficiente, crescia a concorrência internacional – em particular da Colômbia – ao café brasileiro. Os principais países consumidores, como Estados Unidos, Franca, Itália, Holanda e Alemanha, que compravam 80% da produção brasileira, passaram a diversificar seus fornecedores. Havia a percepção de que, no Brasil, misturavam-se ao café todos os tipos de impurezas, como pedras, terra e gravetos, para aumentar o peso das sacas. Também se acusavam os produtores nacionais de incluir café de baixa qualidade nas sacas para aumentar o lucro. Quando a crise internacional chegou ao Brasil, ela representou apenas o golpe final para que o sistema econômico da República Velha, centrado na monocultura do café, entrasse em colapso.

A estratégia do governo Vargas para enfrentar a crise baseou-se principalmente na substituição das importações, por meio do desenvolvimento da indústria local, e na intervenção do Estado na economia. De acordo com o economista Celso Furtado (1920-2004), ex-ministro do Planejamento no governo João Goulart (1962-1964), a economia cafeeira, embora em decadência, gerou os recursos necessários para impulsionar a industrialização e favoreceu o desenvolvimento de um mercado interno, formado pela mão de obra assalariada dos imigrantes e pelos produtores rurais e suas famílias.

Inicialmente, a demanda era atendida pelas importações. Depois, passou a ser suprida pela produção local. Sem acesso aos importados, os consumidores representavam um mercado cativo para as empresas nacionais. Assim, apesar da crise externa, a produção industrial brasileira pôde crescer rapidamente. Acentuou-se o processo de nacionalização da economia. A desvalorização da moeda, em decorrência da crise, encarecia as mercadorias estrangeiras e representava um estímulo para a incipiente industria local. Muitos cafeicultores que conseguiram sobreviver à crise começaram a investir no setor industrial. A política econômica de Vargas foi reforçada por dois fatores externos. O primeiro foi o “New Deal”, um pacote de medidas para reativar a economia americana lançado em 1933 pelo presidente Franklin Delano Roosevelt O segundo foram as teorias do economista britânico John Maynard Keynes (1883-1946), delineadas em seu livro Teoria geral do emprego, do juro e da moeda-, publicado em 1936. Tanto Roosevelt quanto Keynes defendiam a atuação do Estado para estimular a atividade econômica. Keynes, de certa fornia, deu legitimidade conceituai à política implementada por Vargas. No Brasil, um dos principais entusiastas das idéias de Roosevelt e Keynes foi o engenheiro e empresário Roberto Simonsen (1889-1948), senador e presidente da Fiesp, entidade que reúne os industriais paulistas.

Simonsen defendia o fortalecimento do Estado para permitir a industrialização brasileira. Apesar de ter se oposto a Vargas no início do governo, acabou se aliando a ele. Amparado nas idéias de Keynes e Roosevelt, temperadas por seu nacionalismo peculiar, Vargas promoveu a criação em série de empresas estatais. Entre elas, fundou a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), privatizada em 1993, e a Companhia Vale do Rio Doce, privatizada em 1997. Em seu segundo mandato, Vargas voltou a investir na criação de estatais. Em 1953, foi a vez de fundar o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE), depois rebatizado de BNDES, com “S”, para incorporar a palavra “social” no nome. No mesmo ano, foi criada a Petrobras, depois da campanha popularizada pelo slogan O petróleo é nosso. A política econômica de Vargas criou raízes profundas no Brasil. Manteve-se viva mesmo durante o governo militar, que assumiu o poder após o golpe de 1964. Ao contrário dos militares chilenos, que derrubaram o governo socialista do presidente Salvador Allende em 1973, o regime militar que se instaurou no Brasil não apostou no liberalismo econômico para estimular o desenvolvimento. Ao contrário, acabou por reforçar a tendência estatizante e nacionalista que vigorava no país antes de os militares assumirem o poder. Durante o regime militar, foram criadas diversas outras estatais, entre elas a Telebrás (1972), privatizada em 1998, e a Nuclebrás (1975), que continua sob o controle do Estado.

Hoje, como beneficio da perspectiva histórica, pode-se dizer que o protecionismo e o estatismo adotados por Vargas para combater os efeitos da crise de 29 favoreceram o desenvolvimento de um parque industrial pujante no Brasil. Mas também geraram tremendas distorções, como a ineficiência das empresas, o encarecimento dos produtos por falta de concorrência internacional e o desestímulo à inovação. A estatização e o protecionismo tendem a estimular também o descontrole das contas públicas, a corrupção, o empreguismo e o tráfico de influência.

A criação de um clima hostil ao capital estrangeiro também não ajuda o país a se desenvolver. Atualmente, até a China, que se isolou do resto do mundo durante 30 anos, sob o comando de Mao Tsé-tung, tem uma economia aberta. Desde 1978, quando as reformas econômicas abriram o país, a China cresce a taxas de 10% ao ano. O Chile também se tornou um exemplo admirado globalmente e deve se tornar o primeiro país latino-americano a ingressar no Primeiro Mundo, graças, sobretudo, à persistência de políticas econômicas liberais ao longo de 35 anos. A economia brasileira tem um tamanho intermediário entre a chilena e a chinesa e, com certeza, tem lições a extrair de ambas. O modelo econômico adotado por Vargas para combater os efeitos da crise de 1929 pode até ter trazido bons resultados em sua época. Mas, hoje, no mundo globalizado em que vivemos, suas idéias – baseadas no intervencionismo e no nacionalismo paternalista – parecem pertencer ao tempo das diligências.

Paulo Freire

Recebi os endereços abaixo de um amigo e repasso para vocês.

Preciosidades da obra do pedagogo libertário Paulo Freire.  O material é inovador, criativo, original e tem importância histórica inédita. Baixe os arquivos em pdf. E boa leitura!!!


A importância do ato de ler:  http://www.bibliotecadafloresta.ac.gov.br/biblioteca/LIVROS_PAULO_FREIRE/A_importancia_do_ato_de_ler.pdf

Ação Cultural para a Liberdade:
http://www.bibliotecadafloresta.ac.gov.br/biblioteca/LIVROS_PAULO_FREIRE/Acao_Cultural_para_a_Liberdade.pdf

Extensão ou Comunicação: 
http://www.bibliotecadafloresta.ac.gov.br/biblioteca/LIVROS_PAULO_FREIRE/Extensao_ou_Comunicacao1.pdf

Medo e Ousadia: 
http://www.bibliotecadafloresta.ac.gov.br/biblioteca/LIVROS_PAULO_FREIRE/MedoeOusadia.pdf

Pedagogia da Autonomia: 
http://www.bibliotecadafloresta.ac.gov.br/biblioteca/LIVROS_PAULO_FREIRE/PedagogiadaAutonomia-P%5B1%5D.Freire.pdf

Pedagogia da Indignação: 
http://www.bibliotecadafloresta.ac.gov.br/biblioteca/LIVROS_PAULO_FREIRE/PedagogiadaIndignacao-P%5B1%5D.Freire.pdf

Pedagogia do Oprimido: 
http://www.bibliotecadafloresta.ac.gov.br/biblioteca/LIVROS_PAULO_FREIRE/PedagogiadoOprimido-P%5B1%5D.Freire.pdf

Política e Educação: 
http://www.bibliotecadafloresta.ac.gov.br/biblioteca/LIVROS_PAULO_FREIRE/PoliticaeEducacao-P%5B1%5D.Freire.pdf

Professora sim, Tia não:
http://www.bibliotecadafloresta.ac.gov.br/biblioteca/LIVROS_PAULO_FREIRE/Professora_sim,_Tia_nao.pdf

Exercícios de Revisão - 01

Exercícios de Revisão

1) O que são e como podemos identificar os bens substitutos na produção? Exemplifique.

2) Dada uma curva de possibilidade de produção, explique: a) Pleno Emprego dos fatores de produção b) Crescimento: c) Capacidade Ociosa

3) O que são e como podemos identificar se os bens são complementares no consumo? Exemplifique.

4) Em um mercado de concorrência pura ou perfeita, oferta e demanda de um produto são dadas respectivamente pelas seguintes equações:  Qd = 30 – 4p  Qs = 6 + 2p . A quantidade transacionada, neste mercado quando estiver em equilíbrio será:

5)Os bens intermediários são fundamentais no processo produtivo. Eles são assim denominados porque:

a )são transformados em novos produtos por outras unidades produtoras.
b) são importações de materiais que facilitarão o trabalho do setor secundário, no caso dos transportes, como caminhões e peruas.
c) são próprios para bens de pequena produção e consumo no mercado
d) são os produtos exportados para montadoras multinacionais.
e) são os produtos importados para as multinacionais existentes no território brasileiro poder ampliar sua produção final.

6) Dentro do processo produtivo temos dois elementos que são essenciais para o funcionamento da economia de uma sociedade: os fluxos real e nominal (monetário). Assim:

a) fluxo real é o que revela a renda gerada, a circulação monetária no aparelho produtivo; o fluxo nominal refere-se a produção, aos bens e serviços realizados;
b) fluxo real é o mesmo que investimento produtivo e fluxo nominal é a chamada especulação financeira;
c) fluxo real são os insumos da produção e o fluxo nominal são os produtos finais de um determinado segmento da economia;
d) fluxo real e fluxo nominal são respectivamente investimentos produtivos e resultado final da produção.
e) fluxo real refere-se a produção, aos bens e serviços gerados e o fluxo nominal revela a renda, a circulação monetária no aparelho produtivo;

7) A Lei da Demanda ou Procura pode ser definida como:

a) As diferentes quantidades que os consumidores estariam dispostos a ofertar, aos diversos níveis de preços, coeteris paribus.
b) As quantidades procuradas de um bem, em função de seus substitutos;
c) Quando tiver uma relação inversamente proporcional entre a quantidade procurada e o preço do bem.
d) As diferentes quantidades que os consumidores estariam dispostos a ofertar/demandar aos baixos níveis de preços;
e) As quantidades ofertadas de um bem, em função de seus complementares.

8) Uma mercadoria que é demandada em quantidades maiores, quando a renda do consumidor cai, é um:

a) Bem normal;
b) Bem inferior;
c) Bem superior;
d) Bem complementar;
e) Bem substituto.

9) As famílias fazem parte dos mercados de bens e serviços e de fatores de produção, do seguinte modo:

a) Constituem a demanda em ambos os mercados.
b) Constituem a demanda no mercado de bens e serviços e a oferta no mercado de fatores de produção.
c) Constituem a demanda no mercado de fatores de produção e a oferta no mercado de bens e serviços.
d) Constituem a oferta em ambos os mercados.
e) Constituem a venda no mercado de bens e serviços e a procura no mercado de fatores de produção.

10) Uma máquina industrial para a fabricação de refrigerantes em larga escala é considerada como:

a ) bem de consumo;
b ) terra;
c ) bem de capital;
d ) trabalho;
e ) recurso natural

Introdução à Economia - 05

Demanda, Oferta e Equilíbrio de Mercado

Breve Histórico: Os fundamentos da análise da demanda ou procura estão alicerçados no conceito subjetivo de utilidade. A utilidade representa o grau de satisfação que os consumidores atribuem aos bens e serviços que podem adquirir no mercado. Como está baseada em aspectos psicológicos ou preferências, a utilidade difere de consumidor para consumidor (uns preferem uísque, outros preferem cerveja etc.).

A Teoria do Valor Utilidade contrapõem-se à chamada Teoria Valor Trabalho, desenvolvida por economistas clássicos. A Teoria do Valor Utilidade pressupõe que um valor de um bem se forma pela sua demanda, isto é, pela satisfação que um bem representa para o consumidor.

A Teoria Valor Trabalho considera que um bem se forma do lado da oferta, através dos custos do trabalho incorporado ao bem. Os custos de produção eram representados basicamente pelo fator mão-de-obra, em que a terra era praticamente gratuita e o capital pouco significativo.

Pode-se dizer que a Teoria do Valor - Utilidade veio complementar a Teoria Valor – Trabalho, pois não era mais possível predizer o comportamento dos preços dos bens apenas com base nos custos da mão de obra ( ou mesmo custos em geral ) sem considerar o lado da demanda ( padrão de gostos, hábitos, renda etc.).

Ademais, a Teoria do Valor Utilidade permitiu distinguir o valor de uso do valor de troca de um bem. O valor de uso é a utilidade que ele representa para o consumidor. Valor de troca se forma pelo preço no mercado, pelo encontro da oferta e da demanda do bem.

Demanda de Mercado

Conceito: A demanda ou procura pode ser definida como a quantidade de um determinado bem ou serviço que os consumidores desejam adquirir em determinado período de tempo.

A procura depende de variáveis que influenciam a escolha do consumidor. São elas: o preço do bem e serviço, o preço dos outros bens, a renda do consumidor e o gosto ou preferência do indivíduo. Para estudar-se a influência dessas variáveis utiliza-se a hipótese do coeteris paribus, ou seja, considera-se cada uma dessas variáveis afetando separadamente as decisões do consumidor.

Relação entre a quantidade procurada e preço do bem: A Lei Geral da Demanda

Há uma relação inversamente proporcional entre a quantidade procurada e o preço do bem. É a chamada Lei Geral da Demanda. Essa relação pode ser observada a partir dos conceitos de escala de procura, curva de procura ou função demanda.

A curva da demanda é negativamente inclinada devido ao efeito conjunto de dois fatores: o efeito substituição e o efeito renda. Se o preço de um bem aumenta, a queda da quantidade demanda será provocada por esses dois efeitos somados:

a) Efeito substituição: se um bem possui um substituto, ou seja, outro bem similar que satisfaça a mesma necessidade, quando seu preço aumenta, o consumidor passa adquirir o bem substituto, reduzindo assim sua demanda. Exemplo: Fósforo.

b) Efeito renda: quando aumenta o preço de um bem, o consumidor perde o poder aquisitivo, e a demanda por esse produto diminui.

Outras variáveis que afetam a demanda de um bem

Efetivamente, a procura de uma mercadoria não é influenciada apenas por seu preço. Existe uma série de outras variáveis que também afetam a procura.

a) Se a renda dos consumidores aumenta e a demanda do produto também, temos um bem normal.
b) Bem inferior, cuja demanda varia em sentido inverso às variações da renda; exemplo se o consumidor ficar mais rico, diminuirá o consumo de carne de segunda, e aumentará o consumo da carne de primeira.
c) Bens de consumo saciado, quando a demanda do bem, quase não é influenciada pela renda dos consumidores (arroz, farinha, sal, etc.), muitas vezes ocorre a diminuição do consumo deste tipo de bem, devido ao aumento da renda.
d) Bens substitutos, quando há uma relação direta entre o preço de um bem e a quantidade de outro. Exemplo: um aumento no preço da carne deve elevar a demanda de peixe.
e) Bens complementares: São bens que podem ser utilizados em conjunto ou que ficam melhores utilizados. Ex: Se aumentar o preço da impressora e a quantidade demandada de cartuchos diminuir é porque a impressora e o cartucho são complementares no consumo.

Oferta de Mercado


Pode-se conceituar oferta como as várias quantidades que os produtores desejam oferecer ao mercado em determinado período de tempo. Da mesma maneira que a demanda, a oferta depende de vários fatores; dentre eles, de seu próprio preço, dos demais preços, dos preços dos fatores de produção, das preferências do empresário e da tecnologia.

Diferentemente da função demanda, a função de oferta mostra uma correlação direta entre a quantidade ofertada e nível de preços. É a chamada Lei Geral da Oferta.

Equilíbrio de Mercado


A interação das curvas de demanda e de oferta determina o preço e a quantidade de equilíbrio de um bem ou serviço em um dado mercado.

Obs.: Verificar os gráficos feitos em sala de aula.

Introdução à Economia - 04

Introdução a Microeconomia


Conceito: Microeconomia, ou Teoria Geral dos Preços, analisa a formação de preços no mercado, ou seja, como a empresa e o consumidor interagem e decidem qual o preço e a quantidade de um determinado bem ou serviço em mercados específicos. A microeconomia estuda o funcionamento da oferta e da procura na formação do preço no mercado, isto é, o preço sendo obtido pela interação do conjunto dos consumidores com o conjunto de empresas que fabricam um dado bem ou serviço.

Do ponto de vista da economia de empresas, onde se estuda uma empresa específica, prevalece a visão contábil financeira na formação do preço de venda de seu produto, baseada principalmente nos custos de produção, enquanto na Microeconomia prevalece a visão do mercado.

O conceito de empresa possui 2 visões: a econômica e a jurídica. Do ponto de vista econômico, empresas ou estabelecimento comercial é a combinação pelo empresário, dos fatores de produção: capital, trabalho, terra e tecnologia, de modo organizados para se obter o maior volume possível de produção ou de serviços ao menor custo.

Na doutrina jurídica reconhece-se o estabelecimento como uma universalidade de direito, incluindo-se na atividade econômica um complexo de relações jurídicas entre o empresário e a empresa.


Pressupostos básicos da análise microeconômica

A hipótese coeteris paribus ( tudo o mais permanece constante ): o foco de estudo é dirigido apenas àquele mercado, analisando o papel que a oferta e a demanda nele exercem, supondo que outras variáveis interfiram muito pouco, ou que não interfiram de maneira absoluta.

Papel dos preços relativos

Na análise microeconômica, são mais relevantes os preços relativos, isto é, os preços dos bens em relação aos demais, do que os preços absolutos ( isolados) das mercadorias. Exemplo: se o preço do guaraná cair 10%, mas também o preço da soda cair em 10%, nada deve acontecer na demanda dos dois bens, mas se cair apenas o preço do guaraná, permanecendo inalterado o preço da soda, deve-se esperar um aumento na quantidade procurada de guaraná e uma queda na soda. Embora não tenha havido alteração no preço absoluto da soda, seu preço relativo aumentou, quando comparado com o guaraná.

Princípio da Racionalidade

Por esse princípio, os empresários tentam sempre maximizar lucros condicionados pelos custos de produção, os consumidores procuram maximizar sua satisfação no consumo de bens e serviços ( limitados por sua renda e pelos preços das mercadorias).

Aplicações da análise microeconômica

A teoria microeconômica não é um manual de técnicas para a tomada de decisões do dia-a-dia, mesmo assim ela representa uma ferramenta útil para esclarecer políticas e estratégias, dentro de um horizonte de planejamento, tanto em nível de empresas quanto de nível de política econômica.

Para as empresas, a análise microeconômica pode subsidiar as seguintes decisões:

Políticas de preços da empresa.

Previsão de demanda e faturamento.

Previsão de custos de produção.

Decisões ótimas de produção (melhor combinação dos custos de produção).

Avaliação e elaboração de projetos de investimentos (análise custo/benefício)

Política de propaganda e publicidade.

Localização da empresa.


Em relação da política econômica, pode contribuir na análise e tomada de decisões das seguintes questões:

Efeitos de impostos sobre mercados específicos.

Política de subsídios.

Fixação de preços mínimos na agricultura.

Controle de preços

Política Salarial

Políticas de tarifas públicas. (água, luz, etc.).


Divisão do estudo microeconômico

• Análise da Demanda: A Teoria da Demanda ou Procura de uma mercadoria ou serviço divide-se em Teoria do Consumidor e Teoria da Demanda de Mercado.

• Análise da Oferta: A Teoria da Oferta de um bem ou serviço também se subdivide em oferta de firma individual e oferta de mercado.

• Análise das estruturas de mercado: A partir da demanda e da oferta de mercado são determinados o preço e a quantidade de um bem ou serviço.

* As estruturas de mercado de bens e serviços ( venda ) são:

a) concorrência perfeita; b) monopólio; c) oligopólio d) concorrência imperfeita ou monopolista;

• As estruturas de mercado de fatores de produção ( compra ) são:

a) concorrência perfeita; b) monopólio bilateral; c) monopsônio;

d) oligopsônio.


• Teoria do equilíbrio geral: A análise do equilíbrio geral leva em conta as inter-relações entre todos os mercados, procurando analisar se o comportamento independente de cada agente econômico conduz todos a uma posição de equilíbrio global, embora todos sejam, na realidade, interdependente.

Introdução à Economia - 03

Sistemas Econômicos


Pode ser definido como sendo a forma política, social e econômica pela qual está organizada uma sociedade, e como a sociedade responde as questões fundamentais da economia.

Os sistemas econômicos podem ser classificados em:

A) Sistema capitalista, ou economia de mercado: É aquele regido pelas forças de mercado, predominando a livre iniciativa e a propriedade privada dos fatores de produção.

B) Sistema socialista ou economia centralizada, ou ainda economia planificada: É aquele em que as questões econômicas fundamentais são resolvidas por um órgão central de planejamento (agente planificador), predominando a propriedade pública dos fatores de produção.

Modelo de Economia Aberta


Sistema Econômico Geral (Fechado e Aberto).

Reunião dos diversos elementos (fatores produção) que participam da produção de bens e serviços para atender às necessidades da sociedade.

Há na economia quatro agentes econômicos que são eles: As Famílias, as Unidades de Produção, o Governo e o Resto do Mundo.

Unidades de Produção: (Empresas)

Há três setores que constituem o aparelho de produção de uma economia nacional que são eles:

- O setor primário ou agropecuário que é formado por lavouras (culturas permanentes temporárias, horticultura e floricultura); produção animal e derivados (criação e abate de fados e aves, pesca e caça); extração vegetal (produção florestal e extração vegetal) e indústria rural (beneficiamento ou transformação de produtos agropecuários). Este setor é caracterizado pela baixa mecanização.

- O setor secundário ou industrial, formado pelas indústrias extrativas mineral (extração de minerais metálicos e não metálicos); indústria de transformação (transformam matéria-prima em produto acabado); indústria de construção (todas) e serviços industriais de utilidade pública (produção transmissão e distribuição de energia elétrica, tratamento e distribuição de água) Este setor é caracterizado pela grande mecanização.

- O setor terciário ou de serviços que é formado pelo setor comercial (comércio) atacadista e varejista, intermediários financeiros (bancos em geral); transportes e comunicações (transportes aéreos, ferroviários, hidroviários e rodoviários); serviços de telecomunicação; postais e telégrafos; autônomos (todos os profissionais autônomos) e outros serviços diversos (ensino, assistência médico hospitalar, atividades religiosas, prestação de serviços em geral e profissionais liberais).

Caracterizando os três setores por qualificações de bens temos: os setores primário e secundário trabalhando com bens tangíveis (que são os que possuem matéria física) e o terciário com os intangíveis (que são os bens que não possuem matéria física)

As empresas englobam o complexo de produção, onde os três setores econômicos (primário, secundário e terciário) que descrevemos acima, interagem entre si, produzindo os bens e serviços finais que atenderão as necessidades de consumo e acumulação da sociedade. Os três setores econômicos não são independentes, não são auto-suficientes, entre eles existem relações econômicas, intersetoriais e intrasetoriais.

O trabalho é a parte fundamental de desenvolvimento produtivo.

Ela é dividida em População ativa e inativa:

Ativa  = Ela intervém no processo produtivo e são:
- Empregados=todos que tem trabalho remunerados ou afastados por doença/licença.
-Desempregados= aqueles que têm condições de idade e capacidade física e mental, mas por alguma circunstancia não trabalham.

Inativa = São aqueles que só consomem:
-Aposentados, estudantes, donas-de casa, incapacitados para trabalhar.

Também na formação da economia nacional encontramos as famílias que são todos os que detêm os Recursos de produção que são os recursos econômicos utilizados pelas empresas nas atividades produtivas por meio dos quais é possível produzir bens e ou serviços finais que atenderão as necessidades de consumo e acumulação da sociedade. São recursos de produção capital social, capital, recursos naturais, mão-de-obra, capacidade tecnológica e capacidade empresarial.

Temos, também, o governo (Federal, Estadual e Municipal) que é o agente econômico que atua como produtor de serviços socialmente necessários, atua também como agente redistribuídor de renda (Renda é o pagamento pelo uso dos fatores de produção temos como exemplo o pagemento que as empresas fazem às famílias pelo uso da mão-de-obra (salários) outros exemplos temos: os juros, o lucro, os alugueis, etc) e realizador de investimentos que resultam na variação da formação bruta de capital fixo.

Por último temos o “Resto do mundo” que é um agente econômico que também interfere em uma economia nacional. Ele engloba as economias externas que, por suas vezes, constituem-se da mesma forma que a economia nacional, ou seja, empresas, famílias e governo. Um Sistema Econômico é Aberto quando tem relações com o Resto do Mundo e é Fechado quando não o tem.

Descrevemos acima os quatro agentes econômicos (Sendo os três primeiros constituintes de uma economia nacional). Vamos a partir de agora detalhar como eles trabalham, interagem juntos para o bom funcionamento, harmonia, de uma economia nacional.

Primeiramente temos as famílias ou unidades familiares que fornecerão os Recursos de Produção para as empresas (Fluxo real – que é o fluxo econômico onde temos a circulação de bens e serviços finais) e esta em contrapartida pagará as famílias pelo uso dos recursos de produção em forma de Renda, fluxo monetário. (Temos fluxo monetário quando há a circulação de moeda).

As empresas que com o uso dos Recursos de produção, produz bens e serviços finais e os vende as famílias e/ou governo, temos novamente o fluxo real. Em contra partida as famílias e/ou governo pagam pela aquisição dos bens produzidos ao preço de mercado, temos fluxo monetário.

Desenvolvemos acima o chamado “Mercado de Recursos Produtivos”, mercado de bens e serviços finais.

Empresas e famílias interagem com o governo da seguinte forma:

O governo fornece serviços públicos e formação de capital social de interesse das empresas e/ou famílias; fluxo real. As empresas e/ou pagam tributos; fluxo monetário. Os tributos pagos pela família são tributos diretos (Tributos Diretos é a parcela da arrecadação tributária total que atinge as propriedades e as rendas das unidades familiares e das empresas; entre as categorias que atingem as propriedades, citam-se como exemplos os impostos prediais e territoriais, que em geral representam uma pequena parcela do total da tributação direta). A maior parte é constituída pelos tributos que incidem sobre as remunerações dos fatores de produção, ou seja, sobre a renda cujo o exemplo notório e o Imposto de Renda (I.R.). No caso das empresas temos os tributos diretos (sobre a renda) e indiretos que serão repassados as famílias no preço da mercadoria (Tributos indiretos é a parcela da arrecadação tributária total que se introduz entre os preços dos bens e serviços pagos pelos consumidores e os correspondentes valores efetivamente recebidos pelas empresas); são tributos que oneram as transações referentes ao movimento e a utilização dos bens e serviços produzidos, o ônus desses tributos geralmente se transfere ao consumidor final, embora sua arrecadação seja feita através das empresas.

As famílias fornecem ao governo os recursos de produção e as empresas fornecem ao governo bens e serviços finais, fluxo real. Por sua vez, o governo, paga às famílias pelo uso dos recursos de produção e as empresas pela aquisição dos bens e serviços finais, fluxo monetário.

Descrevemos até então, uma economia nacional. Agora vamos descrever como essa economia, mantêm relações com uma economia internacional (externa). Lembrando sempre que uma economia externa funciona igualmente a economia nacional.

Iremos chamar a economia nacional de “nacional” e a internacional de “externa”.

A nacional exporta bens e serviços finais da externa, fluxo real. Em contrapartida a externa paga por esses bens e serviços que ela importou, fluxo monetário.

A nacional importa bens e serviços finais da externa, fluxo real e paga por esses bens e serviços, fluxo monetário.

Existem também as transferências unilaterais que atualmente em sua maioria são todas de fluxo monetário. Transferências unilaterais ocorre quando um país manda dinheiro, bens ou serviços para fora (outro país) e não recebe a contrapartida. Exemplificando um pai que paga a faculdade de seu filho no exterior, manda o dinheiro para seu filho pagar a faculdade e não recebe nada de contrapartida, pois o dinheiro será utilizado na economia externa (Transações unilaterais são transações econômicas nas quais verificam-se apenas um fluxo, não havendo a contrapartida.).

As transações comerciais entre um país e outro podem ser melhores evidenciadas através do Balanço Internacional de Pagamentos que é um demonstrativo econômico que evidencia as transações econômicas que ocorrem entre os residentes e os não residentes de uma economia nacional.

Dividem-se em “transações correntes” que englobam os fluxos reais de bens e serviços e os pagamentos correspondentes às receitas e despesas realizadas e “movimentos de capital” que registram os créditos e débitos resultantes dos fluxos reais, relevando as variações havidas na posição credora / devedora do país, quanto às suas reservas monetárias internacionais. Englobam ainda as transações que possuem caráter essencialmente financeiro como, por exemplo, os ingressos de capital de empréstimo e de risco no país e as saídas de divisas pertencentes a residentes no país, com vista a aplicações no exterior.

As transações correntes englobam a Balança Comercial que evidencia as importações e exportações de mercadorias e serviços a preço FOB (Free on board, livre no embarque). Balança de Serviços que englobam as viagens internacionais, os seguros e fretes internacionais rendas de capitais, os serviços governamentais e serviços diversos e a Balança de Donativos que caracteriza as transações econômicas unilaterais. Os movimentos de capital, englobam os investimentos estrangeiros líquidos, empréstimos a curto, médio e longo prazo e as amortizações.

(Obs.: Verifiquem o Fluxograma feito em sala de aula)

Introdução à Economia - 02

Escassez e Escolha


Como já vimos, a sociedade não dispõe de recursos produtivos em quantidade suficiente para produzir tudo o que a população deseja.

Assim é que toda sociedade, qualquer que seja sua organização política, se defronta com quatro questões econômicas básicas: O que produzir? Como Produzir? Para quem produzir? Quanto Produzir?

1- O que produzir?

Já que não se pode produzir a quantidade desejada pela sociedade dos mais diversos tipos de bens e serviços, a sociedade deve escolher entre as varias alternativas, quais bens e serviços que serão produzidos, e em que quantidades.

Devemos produzir mais eletrodomésticos do que alimentos? Mais roupas e menos alimentos? Quanto de cada?

2- Como Produzir?

Essa mesma sociedade tem que decidir a maneira pela qual o conjunto de bens escolhido será produzido.

Normalmente os bens podem ser obtidos mediante diferentes combinações de recursos e técnicas. Nesse sentido, deve-se optar pela técnica que resulte no menor custo por unidade de produto a ser obtido.

3- Para quem produzir?

Uma vez decidido que bens produzir e como produzi-los, a sociedade tem de tomar uma terceira decisão fundamental: quem irá receber esses bens e serviços? Esses bens e serviços deverão ser distribuídos entre os diferentes indivíduos que compõem a sociedade. E, de que maneira essa distribuição ocorrerá? Será que todas as pessoas receberão a mesma quantidade de bens e serviços? Ou será que a distribuição de bens e serviços será feita segundo a contribuição de cada um à produção? Ou cada um segundo a sua necessidade.

4- Quanto Produzir?

A sociedade de responder qual a quantidade necessária para a satisfação das necessidades da população, sem desperdício ou falta.


Curva de Possibilidades de Produção – CPP

Podemos chegar a uma rápida conclusão que a Economia é uma ciência ligada a problemas de escolha.

Vamos exemplificar isso:

Um indivíduo, com alguma qualificação técnica possui uma fazenda com instalações, máquinas, equipamentos e um número fixo de trabalhadores.

Ele irá dedicar-se à agricultura, e para tanto terá que decidir o que e como produzir, isto é como seus recursos produtivos serão distribuídos, quanta terra será destinada à pastagem, café, tomate, etc.

Será que deverá destinar determinados espaços de terra somente para abacaxi, ou laranja? Poderia ter também cana de açúcar, etc.

Como os empregados serão dimensionados para esse trabalho. Vejam que não é muito fácil essa divisória de tarefas a ser executadas.

Para simplificar toda essa indecisão, vamos aternos a somente dois tipos de bens: abacaxi e laranja.

Quadro de possibilidades de produção em uma fazenda



Diante desse gráfico acima, digamos que esse fazendeiro queira somente produzir Abacaxis, então veremos que ele poderá ter uma produção máxima de 8000kg na alternativa A. Se fosse a de Laranjas veremos que na alternativa F alcançaríamos o máximo de 5000kg de laranjas.

Se por outro lado ele quiser produzir os dois produtos, então poderemos verificar as possibilidades (De B até E).

Vamos deixar isso mais claro, vendo o gráfico abaixo:

Usaremos o sistema de eixos cartesianos. O eixo vertical (ordenadas), e o eixo horizontal (abscissas). Nas ordenadas teremos abacaxis e nas abscissas laranjas.


Nesse gráfico vemos todas as possibilidades de combinações possíveis entre laranjas e abacaxis, que podem ser estabelecidas, quando todos os recursos estão sendo utilizados.

Eficiência Produtiva

Em nosso caso dessa fazenda, ela estará funcionando de maneira eficiente sempre que aumentarmos a produção de um bem e reduzirmos à do outro bem.

Por exemplo: veja o ponto D, temos lá 5.000kg de abacaxis e 3.000kg de laranjas.

Se o fazendeiro decidisse aumentar a produção de laranjas, poderá passar a operar o ponto E, onde seriam produzidas 4.000kg de laranjas.

Esse aumento de 3.000 p/ 4.000 kg só será possível se uma parte das terras fosse desviada para a produção de laranjas, onde teríamos uma redução de 5.000 p/ 3.000 kg de abacaxis.

Poderemos finalizar dizendo que a fazenda que estiver usando eficientemente seus recursos indicaria uma condição favorável de pleno emprego de fatores produtivos.

Custo de Oportunidade.

É uma expressão utilizada para exprimir os custos em termo de alternativas sacrificadas. O que é isso?

Veja no mesmo exemplo da fazenda:

Se pegarmos o ponto C da curva (6.000 kg de abacaxis e 2.000kg de laranjas) e quisermos ir para o ponto D aumentando a produção de laranja para 3.000kg – teríamos aqui conseguido o sacrifício de 1.000 kg de abacaxis, e daí o acréscimo de 1.000kg de laranjas e diminuição de 1.000 kg de abacaxis, daí o que se chama custo de oportunidade.

Desemprego de fatores produtivos.

Pode acontecer muitas vezes que a fazenda esteja produzindo abaixo de suas possibilidades. Isso ocorre quando os fatores de produção estão ociosos (terras inativas, trabalhadores e máquinas desocupadas).

Essa situação é representada pelo ponto G no interior da curva de possibilidades de produção.

Nesta condição a produção de abacaxis e laranjas podem ser aumentadas até alcançar a curva, simplesmente utilizando o serviço dos fatores ociosos.

Se eu colocar um ponto H fora da curva?

Esse ponto será inatingível (dados os meus atuais fatores de produção), ao menos que compremos novas terras, máquinas, Equipamentos, mão de obra, enfim os fatores de produção são insuficientes para tal realização. Dizemos então que o ponto H é impossível de se produzir dentro dos meus atuais fatores de produção.

Deslocamento da Curva de Possibilidade de Produção

Isso pode ocorrer fundamentalmente tanto em função do aumento da quantidade física de fatores de produção quanto em função de melhor aproveitamento dos recursos já existentes, o que pode ocorrer com o progresso tecnológico, maior eficiência produtiva e organizacional das empresas e melhoria no grau de qualificação da mão-de-obra. Se estivermos tratando de uma empresa ou no nosso exemplo da fazenda dizemos que houve um deslocamento da CPP para a CPP2 (onde esta o acréscimo de fatores produtivos), mas se estivermos falando de um sistema econômico, de uma economia, dizemos que houve Crescimento Econômico.